Arrastando o seu cadáver,
Pelas lajes infernais
O nevoeiro,
Abrasou-me o rosto,
Transfigurado pela aquela doce tentação
De te matar, novamente.
(Mas mata-me novamente)
Ergue-se de entre o céu maligno
Todos os passos sórdidos dos vivos
Os deambulastes;
Os mortos que se julgam vivos,
Nesta ânsia de morrer
Dumas névoas,
Em que não passa ninguém.
Todos os punhos cerrados,
Sobre sua face
E seu singelo tacto
Petrificado de ódio
Encarna a crise romanesca
De onde nunca sai;
(Mas sai de dentro de mim)
Todo aquele sangue derramado,
Por entre as lajes do eterno sofrimento
Cria-se aqueles sorrisos falsos e
Subjugados de beleza humana
Teu cadáver!
Teu cadáver!
Oh santo martírio em que vivo,
Afoga-me este pesar de viver,
Que me provoca um estranho prazer.
Mas
Levanta-te novamente e fica comigo
Não te quero matar novamente,
Não morras novamente.
Não desapareças
(Desaparece!)
Oh querida!
Destroçada e ferida,
Ainda pesas mais depois de morta
Nos meus braços miúdos,
Desejo-te lamber as entranhas
Com as figuras sepulcrais
De mornas tentações
Deténs o meu temperamento inalterável
E o desejo absurdo de te amarrar nos portões
Dos meus punhais,
E sorrio perante ti,
Com o nosso eterno amor, afável.
sábado, 31 de janeiro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário