Olha os olhos abertos,
Cheios de fome
De olhos amarelos
Cobertos de nada.
E o medo que se instala sobre nós
Não deixes a névoa passar.
Não fujas de mim
E de como o sono,
Corta-me os pulsos
Mostrando
O sangue brotar
Em pesadelos,
Devorantes.
Não fujas de mim
Sofres de uma alegria falsificada,
De nós de línguas
Cheias de vazio;
Opacas.
Um vivo beijo devorante
Que deseja da imensidão
De nós,
Brotar.
Mas,
Não fujas de mim
Palitas os dentes
Cheios de sangue
Saboreando os meus olhos
Rios,
De tinta vermelha.
Olha-se como sonho
Derramado
Em gotículas
Torradas e infelicidade.
Não tenhas medo de mim.
Queimo-me
Nos teus cabelos ruivos
De fogo veludo
E, a minha garganta
Arde como,
Labaredas provocadas pelos bicos
De fogões apagados
Não fujas de mim
Peço-te um copo de água
Gelado.
Querendo a minha garganta,
Atenuar
Talvez queime o frio
Talvez
Queime o diabo
Dentro de mim.
Mas não fujas de mim
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
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1 comentário:
Mais uma poeta sem rima, somos poucos os que ainda resistimos ao comercialismo de versos sonantes.
Entrei no teu blog ao acaso e quando comecei a ler pensava tratar-se de um poema "emo" a falar de pseudo vontade de morrer, mas fui-me apercebendo que o texto está ligado a algo maior, se por um lado queres que o ódio desapareça, por outro sabes que é ele que te faz mais forte. Deixaste-me a pensar...
Não vejas a morte como algo necessáriamente mau, a morte pode ser o fim de um cíclo e o início de outro! É o facto de a vida ter um prazo de validade indefinido que a torna interessante!
Tenho andando afastado desta história dos blogs, coicidência encontrar um com bom conteúdo logo no principio :)
Um beijo,
João Brecht
Che_caneco@msn.com
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